Quando os profissionais dos Centros de Saúde identificam usuários com problemas que necessitam de atendimento especializado, encaminham para o especialista. A marcação da consulta é feito pelo Centro de Saúde por um funcionário que, diariamente, entra em contato com Central de Marcação de Consultas (CMC). Para as Unidades já ligadas ao sistema informatizado, a marcação é feita por meio de um computador diretamente do Centro de Saúde. Após a marcação da consulta, o Centro de Saúde comunica ao usuário o dia, horário e local marcado para o atendimento. Esses atendimentos são realizados por Unidades públicas e por serviços contratados pelo SUS-BH. Após o atendimento pelo especialista, de acordo com cada caso, o usuário poderá seguir os seguintes caminhos:
Quais os objetivos do CMC?
Os objetivos principais da Central de Marcação de Consultas são:
· Estabelecer fluxos que caracterizem as Unidades Básicas de Saúde como porta de entrada principal para o Sistema;
· Caracterizar os PAM´s e Policlínicas interligados à CMC como referências secundárias à rede de
serviços;
· Proceder o agendamento das consultas especializadas na própria Unidade Básica onde o usuário é atendido;
· Organizar a marcação de consultas especializadas, minimizando a perda por desistências ou impedimentos;
· Subsidiar a organização dos SAME´s e do atendimento aos usuários nos PAM´s e Policlínicas, garantindo o acesso aos retornos para o mesmo profissional médico que realizou a primeira
consulta.
Os objetivos específicos são:
· Cadastrar os profissionais que prestam atendimento especializado, disponibilizando suas agendas para a rede através do Sistema de Marcação;
· Marcar as consultas nos horários definidos para cada distrito ou cidade do interior, distribuindo as consultas, dentro de quotas previstas;
· Encaminhar as agendas com pacientes marcados aos prestadores no dia anterior à realização das consultas;
· Receber as agendas de volta, checar seu preenchimento e digitar os dados provenientes das agendas, alimentando o sistema de informação do Sistema de Marcação de Consultas;
· Gerar relatórios, permitindo às unidades, aos Distritos, à Gerência de Assistência, Gestor do SUS, Secretários Regionais e ao Conselho Municipal de Saúde o acompanhamento das consultas agendadas, realizadas e do absenteísmo;
· Monitorar o número de profissionais inscritos, com destaque sobre o cumprimento das normas para disponibilização de consultas;
· Monitorar e resolver os problemas do Sistema de Marcação, bem como informar e acompanhar a resolução dos problemas junto à PRODABEL e DATASUS/RJ;
· Subsidiar e acompanhar os convênios para disponibilização de atenção especializada, monitorando a quantidade de consultas e os problemas no referenciamento, buscando resolvê-los.
- Redução
no tempo gasto para a marcação de consultas; - Segurança no agendamento realizado;
- Garantia de consultas ofertadas a todos os municípios envolvidos no sistema;
- Aproveitamento total dos recursos disponíveis no município de referência;
- Banco de dados de toda a capacidade instalada.
Quais são as produções do CMC?
Além do agendamento realizado de forma otimizada, considerado como o principal objetivo do sistema, o aplicativo gera relatórios operacionais e estatísticos sobre a movimentação diária de seus dados. Os relatórios emitidos têm periodicidade variável de acordo com o tipo específico a ser gerado:
· Tabelas
· Agenda diária
· Relação de médicos impedidos
· Relação de escala médica
· Taxa de realização de consultas
· Total de consultas não utilizadas
· Solicitações por unidade de saúde
· Oferta e demanda por município
· Produção por operadores
Quais são os problemas enfrentados no CMC?
1.Baixa oferta de consultas especializadas.
A dificuldade de acesso à atenção secundária tem como seu aspecto mais
significativo a baixa oferta de consultas especializadas. Cabe ressaltar ainda a baixa oferta de exames especializados, principalmente de ultra-sons especiais, que se mantida nestes padrões, demandarão vários anos para seu atendimento, bem como para a Endodontia, Hematologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Estas áreas, que contam com baixa oferta especializada no mercado como um todo e com necessidade de alto aporte tecnológico, limita a capacidade do município na montagem de serviços próprios. Mesmo tendo dobrado o valor da consulta especializada repassado pelo Ministério da Saúde e que é pago ao setor contratado como incentivo para a disponibilização de serviços para a rede através da Central de Marcação, não se consegue aumentar significativamente a oferta nestas clínicas, permanecendo grande dificuldade na compra de serviços na quantidade e complexidade necessárias para atender a demanda apresentada pela nossa rede.
2. Baixa capacidade de reposição dos recursos existentes, principalmente dos municipalizados do ESTADO e do ex-INAMPS.
Os PAM's foram municipalizados em 1992 e naquelas unidades se concentravam a grande maioria dos recursos especializados. Com a municipalização, ficou indefinida uma política de substituição desses quadros, que estão se demitindo e se aposentando em grande número e que atendem, ainda que diferenciadamente. Mesmo com o grande esforço feito pela SMSA para reposição de especialistas como concursos públicos, contratação administrativa e oferecimento aos profissionais para cumprimento de extensão de jornada, o município não é capaz de, isoladamente, superar tal problema e ainda disponibilizar recursos próprios para todo o Estado.
3. Má utilização das consultas disponíveis:
Ausências de pacientes uma questão que afeta significativamente a disponibilidade de recursos, uma vez que esse paciente, além de ocupar a vaga de outro que poderia ter tido acesso ao sistema, retorna ao serviço para nova marcação. Assim, o fator mais importante no não aproveitamento de consultas agendadas foi a ausência do paciente.
4. Desorganização da referência e contra-referência:
Observa-se encaminhamentos equivocados de parte a parte : existe ainda na rede uma cultura institucional de não responsabilização pelo referenciamento de pacientes, o que faz com que exista um grande número de pacientes com acompanhamento periódico na atenção secundária e que poderiam estar sendo acompanhados e beneficiados na atenção básica. Se por um lado esta situação dificulta o acesso de novos pacientes ao sistema, por outro descaracteriza o papel dos especialistas no acompanhamento de pacientes portadores de casos clínicos mais complexos ou egressos de internações e no papel de consultoria aos profissionais das clínicas básicas.
5. Outros Problemas
· Manutenção da Central - Problemas com a manutenção do programa e com seus limites no sentido de responder às necessidades impostas pela organização dos serviços. O Sistema proposto para agendamento secundário a partir da informatização da rede e que responderá às necessidades do Sistema de Marcação não existe no mercado e deverá ser desenvolvido por empresa contratada pela SMSA para este fim.
· Dificuldades para a elaboração dos relatórios para monitoramento das unidades, profissionais e consultas cadastradas na CMC - Os relatórios emitidos pelo sistema são poucos e mal estruturados. Como as mudanças são diárias, a responsabilidade de produzir informações para monitoramento impõe que praticamente todos os relatórios sejam feitos "à mão", com um dispêndio enorme de tempo de trabalho, tornando impraticável a produção mais constante de informações.
Sobre o assunto:
1. SUS:Pacientes reclamam da dificuldade de marcação em SAJ -http://www.ointerior.com.br/blog/?p=6709
2. Software facilita o agendamento de consultas e de exames no SUS - http://redeglobo.globo.com/globouniversidade/noticia/2011/10/software-facilitaoagendamento-de-consultas-e-de-exames-no-sus.html
3. Marcação de consultas mais ágil em Teresópolis - http://www.teresopolis.com.br/t1/3/index.php?option=com_k2&view=item&id=3238:marca%C3%A7%C3%A3o-de-consultas-mais-%C3%A1gil-em-teres C3B3polis&Itemid=141&tmpl=component&print=1
4. Teste não recomendado para cardíacos - http://wp.clicrbs.com.br/seuproblema/tag/marcacao-de-consultas/?topo=52,1,1,,186,e186
Referências
Guia dos usuário do SUS BH . Disponível em <http://www.pbh.gov.br/smsa/biblioteca/co
municacao/guia_usuario_sus.pdf>. Acessado em 23 de novembro de 2011.
GARÍGLIO, M. T.; MARQUES, Z. de F. A. Um instrumento de regulação do SUS: A Central de Marcação de Consultas. Revista Eletrônica Mensal da SMSA-PBH, ed. 07, julho/ 2002. Disponível em: < http://www.pbh.gov.br/smsa/biblioteca/saudedigital/julho2002/cmc2.html>. Acessado em 23 de novembro de 2011.
Texto de: Cassim, Natália e Thiago Merini :)
ResponderExcluirEssa estrutura administrativa é muito interessante, mas é muito burocrático, além da falta de profissionais especializados,o que faz aumentar muito o tempo de espera para a consulta causando a desistência do paciente da consulta, ou então que piore seu quadro clínico, e isso irá aumentar os gastos para solucionar seu problema.
ResponderExcluir